terça-feira, 31 de agosto de 2010

Olha o que eu achei por aí:


Linguagem e Imaginação

Há 70 anos, em 1940, um pequeno artigo em uma revista científica deu início a uma mudança intelectual sobre a linguagem no século XX. Nem o título do texto, “Ciência e linguística ”, nem a revista, “Technology Review ”, do MIT, eram na época fatores muito relevantes. O autor era um engenheiro químico que trabalhou para uma companhia de seguros e virou antropólogo. Mas, ainda assim, a ideia de Benjamin Lee Whorf de que a língua influencia e restringe o modo como as pessoas pensam seduziu muitos e foi objeto de debates de toda uma geração.


Com o tempo, no entanto, as ideias de Whorf foram abandonadas. Hoje elas começam a ser retomadas sob novo viés considerando o trabalho do linguista Roman Jakobson de que as línguas diferem basicamente no que elas têm que comunicar, e não no que podem comunicar. O gênero é um exemplo disso. Ao dizer em inglês que foi visitar o vizinho, não é preciso especificar se o vizinho é homem ou uma mulher. Em francês ou alemão, português a informação faz parte da frase,pois é preciso dizer que se visitou um ele ou ela.


A associações entre palavras e imagens são diferentes, ainda na questão do gênero, muitas línguas, designam um sexo a um objeto inanimado. Desta forma, enquanto uma ponte é feminina em alemão, é masculina em espanhol. Com esta classificação um alemão e um espanhol associam ideias diferentes para a palavra ponte. Enquanto o primeiro deriva dela conceitos de feminina elegância, o espanhol traz à mente imagens de forte e másculas para construção.


E as amostras da influência da língua sobre o pensamento não param aí. Nas indicações de direção dos indivíduos, na forma de “a direita” ou “a esquerda”, “à frente e atrás” descobriu-se que na língua aborígene Guugu Yimithirr, assim com em outras linguas, a referências espacial se resume aos pontos cardeais.


Tal consciência, construída desde cedo com base em sinais sutis do ambiente, fazem com estes povos tenham uma capacidade sobre humana de orientação. E, caso sejam levados a dois quartos de hotel idênticos, mas de lados opostos no corredor, verão os quartos como diferentes, pois um terá a cama virada para norte enquanto no outro ela estará virada para o sul.

Isso pode indicar que os falantes do linguagear digital, na escrita e leitura, poderão ter no passar do tempo um imaginario diferenciado daqueles que ficaram nas estruturas convencionais do escrever e ler a informação.


Fonte: Guy Deutscher , New York Times e O Globo de 31/08/2010 [Ciência]

retirada de : http://lexias.tumblr.com/#sandstone

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