terça-feira, 31 de agosto de 2010

Blog Day

Blog Day
(indo ao que interessa)


Pra começar do começo, vou explicar o que raios eu faço aqui.
Esse blog foi criado pra uma disciplina da faculdade que, de bom, só me rendeu isso mesmo. Eu não sou muito fiel comigo mesma, então, com o tempo, acabei saindo um pouco da linha que eu tinha pensado pra isso aqui. Mas acho que ainda dá tempo de corrigir isso.
O Coisas de se Ler foi criado pra ser um repositório de coisas legais encontradas aqui mesmo, pela net, que permitam uma leitura diferente do mundo. Com o tempo, passou a ser um recanto mais particular mas que, de um jeito ou de outro, tem coisas de se ler.
A tempo, acho que já é hora de acertar as coisas, então, a partir de hoje, Coisas de se ler das mais diversas áreas (inclusive das mais obscuras áreas da minha mente) pra vocês.

Voltando ao assunto, uma das coisas maravilhosas que ser dona de um blog me proporcionou foi encontrar Blogs fantásticos que me inspiram fora e dentro da net. Então, pra vcs, meu 5 blogs do Blog Day:


Um dos meus melhores contatos com o mundo dos Blogs e da Literatura. Não sei exatamente como descobri o Coruja, mas logo descobri que a Lulu era também a Silverghost, uma ficwriter que eu acompanhava na minha fase viciada em fanfics.
O coruja me encanta pelas resenhas maravilhosas, opiniões atualizadas e, não podia faltar, os contos da autora, atualmente, a série Na Sua Estante está na minha lista semanal de leituras.


Blog de um grande amigo meu que, infelizmente mora longe demais.
me chama atenção pelas percepções únicas do mundo e pelas reflexões sobre o cotidiano, geralmente sobre coisas que não paramos pra pensar. Ainda. Fora o título, que tem tudo a ver comigo. Esquisita e Desconexa.


Um verdadeiro noticiário sobre as repercussões das produções literárias na internet. Dos bafafa's de blogs sendo indiciados até as repercussões da nova lei de direito autoral. Muito bom!!


Uma coleção de textos maravilhosos que eu descobri hoje, e recomendo a todo mundo que gosta de pensar sobre a palavra.


Blog do Padre Fabiano, uma maneira de interagir com a internet e mostrar que não é preciso se desvincular dos meios de comunicação juvenis pra ser cristão. Com comentários elucidativos sobre as questões mais em pauta e a posição da Igreja. Vale a pena conferir!!


A tempo

Sei que sou uma dona de Blog (porque bloggeira seria exagero) hiper-mega-relapsa, mas...
Acabei dando de cara, sem querer, com um post da Lulu, falando do Blog Day e.. adivinhem?? É hoje!!

Aí eu pensei... ahh, não custa nada estar integrada de vez em quando ao mundo dos Blogs, né??

Logo, resolvi participar.

Explicando melhor:
  • O que é o BlogDay?
BlogDay foi criado na convicção de que os bloggers deverão ter um dia dedicado ao conhecimento de novos blogs, de outros países ou áreas de interesse. Nesse dia os bloggers recomendarão novos blogs aos seus visitantes.

  • O que acontecerá no BlogDay?
Durante o dia 31 de Agosto, bloggers de todo o mundo farão um post a recomendar a visita a novos blogs, de preferência, blogs de cultura, pontos de vista ou atitude diferentes do seu próprio blog. Nesse dia, os leitores de blogs poderão navegar e descobrir blogs desconhecidos, celebrando a descoberta de novas pessoas e novos bloggers.

  • BlogDay instruções:

1. Liste cinco novos Blogs que você ache interessantes.
2. Escreva uma breve descrição dos Blogs indicados e adicione o respectivo link.
3. Notifique por email esses cinco bloggers de que serão recomendados por você no BlogDay 2010.
4. Publique no BlogDay (no dia 31 de Agosto) esse post.
5. Junte a tag do BlogDay usando este link:http://technorati.com/tag/BlogDay2010 um link para o site do BlogDay:http://www.blogday.org


Olha o que eu achei por aí:


Linguagem e Imaginação

Há 70 anos, em 1940, um pequeno artigo em uma revista científica deu início a uma mudança intelectual sobre a linguagem no século XX. Nem o título do texto, “Ciência e linguística ”, nem a revista, “Technology Review ”, do MIT, eram na época fatores muito relevantes. O autor era um engenheiro químico que trabalhou para uma companhia de seguros e virou antropólogo. Mas, ainda assim, a ideia de Benjamin Lee Whorf de que a língua influencia e restringe o modo como as pessoas pensam seduziu muitos e foi objeto de debates de toda uma geração.


Com o tempo, no entanto, as ideias de Whorf foram abandonadas. Hoje elas começam a ser retomadas sob novo viés considerando o trabalho do linguista Roman Jakobson de que as línguas diferem basicamente no que elas têm que comunicar, e não no que podem comunicar. O gênero é um exemplo disso. Ao dizer em inglês que foi visitar o vizinho, não é preciso especificar se o vizinho é homem ou uma mulher. Em francês ou alemão, português a informação faz parte da frase,pois é preciso dizer que se visitou um ele ou ela.


A associações entre palavras e imagens são diferentes, ainda na questão do gênero, muitas línguas, designam um sexo a um objeto inanimado. Desta forma, enquanto uma ponte é feminina em alemão, é masculina em espanhol. Com esta classificação um alemão e um espanhol associam ideias diferentes para a palavra ponte. Enquanto o primeiro deriva dela conceitos de feminina elegância, o espanhol traz à mente imagens de forte e másculas para construção.


E as amostras da influência da língua sobre o pensamento não param aí. Nas indicações de direção dos indivíduos, na forma de “a direita” ou “a esquerda”, “à frente e atrás” descobriu-se que na língua aborígene Guugu Yimithirr, assim com em outras linguas, a referências espacial se resume aos pontos cardeais.


Tal consciência, construída desde cedo com base em sinais sutis do ambiente, fazem com estes povos tenham uma capacidade sobre humana de orientação. E, caso sejam levados a dois quartos de hotel idênticos, mas de lados opostos no corredor, verão os quartos como diferentes, pois um terá a cama virada para norte enquanto no outro ela estará virada para o sul.

Isso pode indicar que os falantes do linguagear digital, na escrita e leitura, poderão ter no passar do tempo um imaginario diferenciado daqueles que ficaram nas estruturas convencionais do escrever e ler a informação.


Fonte: Guy Deutscher , New York Times e O Globo de 31/08/2010 [Ciência]

retirada de : http://lexias.tumblr.com/#sandstone

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Eu ia escrever outra incontida enxurrada de palavras, mas uma amiga me mandou o link desse artigo, que achei de muito melhor uso que as inconstâncias de minha boca.


Catequese do Papa: São Tarcísio, hóstia imaculada ofertada a Deus
Intervenção na audiência geral desta quarta-feira, centrada nos acólitos

Catequese desta quarta-feira, 04 de agosto de 2010, para a peregrinação de coroinhas e acólitos a Roma feita pelo santo Padre que destaca não apenas a beleza da função do acólito, mas o amor que o santo padroeiro deles, São Tarcísio (na imagem acima), teve pela Santíssima Eucaristia.

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 4 de agosto de 2010 (ZENIT.org) – Apresentamos o discurso de Bento XVI na audiência geral desta quarta-feira, na Praça de São Pedro, em que, na presença de milhares de peregrinos, o Papa falou sobre São Tarcísio e o acolitado.

Caros irmãos e irmãs,

gostaria de expressar minha alegria por estar hoje aqui, entre vocês, nesta Praça, onde de forma festiva vocês se reuniram para esta audiência geral, que conta com a presença significativa da grande Peregrinação Europeia dos Acólitos! Queridos meninos, meninas e jovens, bem-vindos! Visto que a grande maioria dos acólitos presentes na Praça é de origem alemã, dirijo-me primeiramente a eles em minha língua materna.

Caros acólitos e amigos, queridos peregrinos de língua alemã, bem-vindos a Roma! Saúdo-os cordialmente. Junto de vocês, saúdo o cardeal secretário de Estado, Tarcísio Bertone, que se chama Tarcísio, como seu padroeiro. Vocês tiveram a gentileza de convidá-lo, e ele, que leva o nome de São Tarcísio, está feliz por estar aqui entre os acólitos do mundo e os acólitos alemães.

Saúdo os queridos irmãos no episcopado e no sacerdócio e os diáconos que quiseram participar nesta audiência. Agradeço de coração o bispo auxiliar da Basileia, Dom Martin Gächter, presidente do Coetus Internationalis Ministrantium, pelas palavras de saudação a mim dirigidas, pelo presente da estátua de São Tarcísio e o foulard que me deu. Tudo isso me faz lembrar do tempo em que também eu era coroinha. Agradeço-o, em nome de vocês, também pelo grande trabalho que realiza em seu meio, juntamente com os colaboradores e aqueles que possibilitaram este alegre encontro. Meu agradecimento vai também para os promotores suíços e para todos que trabalharam de diferentes modos para construir a estátua de São Tarcísio.

Vocês são numerosos! Já ao sobrevoar a Praça de São Pedro em helicóptero eu vi todas as cores e a alegria que está presente nesta Praça! Vocês não só criaram um ambiente festivo na Praça, mas tornaram ainda muito mais alegre o meu coração! Obrigado! A estátua de São Tarcísio chegou até nós depois de uma longa peregrinação. Em setembro de 2008, foi apresentada na Suíça, diante da presença de 8.000 acólitos: certamente alguns de vocês estavam presentes. Da Suíça passou por Luxemburgo e chegou à Hungria. Nós hoje a acolhemos com festa, felizes em poder conhecer melhor este personagem dos primeiros séculos da Igreja.

A estátua – como já disse Dom Gächter – será colocada nas Catacumbas de São Calisto, onde São Tarcísio foi sepultado. O meu desejo é que este lugar, ou seja, as catacumbas de São Calisto e essa estátua, torne-se uma referência para os acólitos e para aqueles que desejam seguir Jesus mais de perto através da vida sacerdotal, religiosa e missionária. Todos podem se encomendar a este jovem corajoso e forte e renovar o empenho de amizade com o Senhor também para aprender a viver sempre com Ele, seguindo o caminho que nos indica com a Sua Palavra e o testemunho de tantos santos e mártires, dos quais, através do Batismo, tornamo-nos irmãos e irmãs.

Quem foi São Tarcísio? Nós não temos muitas notícias. Estamos nos primeiros séculos da história da Igreja, mais precisamente no terceiro século; narra-se que foi um jovem que frequentava as Catacumbas de São Calisto, aqui em Roma, e era muito fiel aos seus compromissos cristãos. Amava muito a Eucaristia e, por vários fatores, podemos concluir que, provavelmente, era um acólito, um servidor do altar. Aqueles eram anos em que o imperador Valeriano perseguia duramente os cristãos, estes sendo forçados a se reunir secretamente em casas particulares ou, por vezes, até mesmo nas Catacumbas, para ouvir a Palavra de Deus, rezar e celebrar a Missa. Mesmo o costume de levar a Eucaristia aos doentes e prisioneiros tornava-se cada vez mais perigoso.

Um dia, quando o sacerdote perguntou, como de costume, quem estava disposto a levar a Eucaristia aos outros irmãos e irmãs que aguardavam, o jovem Tarcísio levantou-se e disse Tarcísio: "Envie-me". Aquele menino parecia demasiado jovem para um serviço tão exigente! "Minha juventude – disse Tarcísio – será o melhor refúgio para a Eucaristia". O sacerdote, convencido, confiou-lhe o Pão precioso, dizendo: "Tarcísio, lembre-se de que um tesouro celeste é confiado ao seu frágil cuidado. Evite as ruas movimentadas e não se esqueça de que as coisas santas não devem ser dadas aos cães e nem as pérolas aos porcos. Guardará com fidelidade e segurança os Sagrados Mistérios?".

"Morreria – diz Tarcísio – antes de cedê-los". Ao longo do caminho, ele encontrou alguns amigos na rua, que, aproximando-se, pediram-lhe que se unisse a eles. Diante de sua negativa, eles – que eram pagãos – o consideraram suspeito e insistente, e perceberam que portava alguma coisa junto ao peito, a qual parecia defender. Tentaram tomá-la, mas em vão; uma luta muito furiosa se deu, sobretudo quando vieram a descobrir que Tarcísio era cristão; eles o espancaram, atiraram pedras, mas ele não cedeu. Morrendo, foi levado ao sacerdote por um oficial pretoriano de nome Quadrato, que era cristão em segredo. Chegou sem vida, mas ainda segurando firme no peito um pequeno linho com a Eucaristia. Ele foi imediatamente sepultado nas Catacumbas de São Calisto.

O Papa Dâmaso I fez uma inscrição para a tumba de São Tarcísio, segundo a qual o jovem morreu no ano 257. O Martirológio Romano lhe fixa a data de 15 de agosto e no mesmo Martirológio reporta-se também uma bela tradição oral, segundo a qual junto do corpo de São Tarcísio não foi encontrado o Santíssimo Sacramento, nem nas mãos, nem entre as suas vestes. Explica-se que a partícula consagrada, defendida com a vida pelo pequeno mártir, tornara-se carne da sua carne, formando assim com o seu próprio corpo uma única hóstia imaculada ofertada a Deus.

Caríssimos acólitos, o testemunho de São Tarcísio e esta bela tradição nos ensinam o profundo amor e a grande veneração que devemos ter pela Eucaristia: é um bem precioso, um tesouro cujo valor não se pode medir, é o Pão da vida, é o próprio Jesus que se faz alimento, sustento e força para o nosso caminho de cada dia e estrada aberta para a vida eterna; é o maior dom que Jesus nos deixou.

Volto-me uma vez mais aos aqui presentes e, por meio de vocês, a todos os acólitos do mundo! Sirvam com generosidade a Jesus presente na Eucaristia. É uma tarefa importante, que lhes permite estar particularmente próximos do Senhor e crescer na amizade verdadeira e profunda com Ele. Guardem com zelo esta amizade em seus corações, como São Tarcísio, pronto a se empenhar, lutar e dar a vida para que Jesus chegasse a todos os homens. Anunciem também aos seus amigos o dom desta amizade, com alegria, entusiasmo, sem medo, a fim de que eles possam sentir que vocês conhecem este mistério, que ele é verdadeiro e amado! Toda vez que vocês se aproximam do altar, têm a sorte de auxiliar o grande gesto de amor de Deus, que continua a querer se doar a cada um de nós, a estar perto, a ajudar, a dar forças para viver bem.

Com a consagração – vocês sabem – aquele pequeno pedaço de pão torna-se Corpo de Cristo, o vinho torna-se Sangue de Cristo. Vocês têm a sorte de viver próximos deste indizível mistério! Desempenhem com amor, com devoção e com fidelidade a tarefa de acólitos; não entrem na igreja para uma celebração com superficialidade, mas preparem-se interiormente para a Santa Missa! Ajudando os sacerdotes no serviço do altar a trazer Jesus mais perto, para que as pessoas possam sentir e perceber ainda mais: Ele está aqui; vocês colaboram a fim de que Ele possa estar mais presente no mundo, na vida de cada dia, na Igreja e em cada lugar. Queridos amigos! Vocês emprestam para Jesus as suas mãos, o seu pensamento, o seu tempo. Ele não deixará de recompensá-los, dando-lhes a alegria verdadeira e a felicidade mais plena. São Tarcísio mostra-nos que o amor pode levar até mesmo à entrega da vida por um bem autêntico, pelo verdadeiro bem, pelo Senhor.

A nós provavelmente não é pedido o martírio, mas Jesus nos pede fidelidade nas pequenas coisas, recolhimento interior, participação interior, nossa fé e esforço para manter presente este tesouro na vida de cada dia. Pede-nos a fidelidade nas tarefas diárias, o testemunho do Seu amor, frequentando a Igreja por convicção interior e pela alegria da sua presença. Assim podemos também dar a conhecer aos nossos amigos que Jesus vive. Neste compromisso, ajude-nos a intercessão de São João Maria Vianney, de quem hoje se marca a memória litúrgica, este humilde pároco da França, que mudou uma pequena comunidade e desse modo deu ao mundo uma nova luz. O exemplo dos santos Tarcísio e João Maria Vianney leve-nos todos os dias a amar Jesus e cumprir Sua vontade, como fez a Virgem Maria, fiel ao Seu Filho até o fim. Mais uma vez obrigado a todos! Que Deus os abençoe nestes dias e um bom retorno aos seus países!

[Tradução do original italiano por Alexandre Ribeiro.

Após a audiência, o Papa dirigiu-se aos peregrinos em diferentes idiomas. Em português, disse:]

Amados peregrinos vindos do Brasil, de Portugal e demais países de língua portuguesa, sede bem-vindos! A todos saúdo com grande afeto e alegria, de modo especial a todos os acólitos e coroinhas aqui presentes. Que a exemplo do vosso padroeiro, São Tarcísio, possais crescer sempre mais no amor à Eucaristia que é o tesouro mais precioso que Jesus nos deixou. Que Deus derrame os seus dons sobre vós e vossas famílias, que de coração abençôo. Ide em paz!


Para o artigo na íntegra, o site original: http://www.movimentoliturgico.com.br/Portal/index.php?option=com_content&view=article&id=285:santa-se-catequese-do-papa-sao-tarcisio-hostia-imaculada-ofertada-a-deus&catid=66:newsse&Itemid=64&sms_ss=twitter


Agradecimentos a Karla Cruz pela indicação do site. XD

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Um desabafo

O que raios faz a gente ser quem é?

Isso eu tento há 20 anos e acho que nunca vou conseguir responder... e até me conformo.

Mas o que raios faz as pessoas acharem que sabem quem a gente é, isso é um mistério que me irrita.

Irrita porque nem eu sei quem eu sou, mas ao menos tenho noção disso.
Tenho pistas de quem é esse ser que habita meu corpo, e tenho entrado (ou tentado entrar) em harmonia com ele faz algum tempo. Fora alguma briguinhas, a gente até que se dá bem.

Mas o que mais me irrita é ter pessoas ao meu redor tirando conclusões sobre mim, se comportando como se pudessem ser capazes de compreender minhas tentativas de ser eu mesma, de viver e conviver com pessoas.

Pessoas.

Esse é o problema da humanidade. Ela é composta por pessoas.

Pessoas riem, pessoas pensam, pessoas falam, pessoas sentem, pessoas interagem com outras pessoas, pessoas esperam coisas umas das outras, pessoas ferem, pessoas matam, pessoas são cruéis, ou boas, ou cansadas, ou anônimas. Pessoas são bichos.

Só queria poder ser eu mesma em todo e qualquer lugar sem ter que corresponder às expectativas de alguém. Queria poder ser eu mesma sem medo de despertar dos outros reações indesejadas.

Eu quero ser quem sou sem que você ou ninguém ache isso ou aquilo de mim. Eu quero ser alegre sem que você ache que eu nunca fico triste, eu quero sorrir sem que você pense que eu não tenho problemas. Eu quero brincar sem que você deixe de me levar a sério. Eu quero poder ficar séria sem deixar de ser brincalhona.

Eu quero chorar sem que você me pergunte o por quê, eu quero questionar a vida sem que você me dê respostas. Eu quero rolar na grama, eu quero ser criança, eu quero ser madura, eu quero cantar alto no meio da rua sem que você me olhe, eu quero dormir no ônibus sem que você me acorde.

Eu quero ser simpática a todos sem que você ache que a simpatia é só pra você. Eu quero não precisar me tolher, não precisar me esconder, não precisar magoar ninguém por ser eu mesma, eu quero não precisar nem pensar nesse monte de coisas.

Eu quero não ser culpada de ser quem eu sou, eu quero poder mudar quando eu quiser, e poder continuar sendo eu mesma.

Eu quero palavras e fotos e videos e objetos que registrem quem eu sou agora, quem eu fui, quem eu serei, quem me habita neste momento, porque no próximo já mudei.

Eu quero gritar no vazio, eu quero ser ouvida, e não quero ser ouvida.

Eu quero coragem, e tenho coragem, e quero não ter pena e tenho pena, e quero deixar de me preocupar tanto com os outros e pensar em mim, e não quero ser egoísta...

Eu quero que as pessoas entendam que um relacionamento não se constrói em dois dias e que eu vivo de profundidade, que as palavras me valem mais que tanta, tanta coisa... e que ainda há tanta coisa que elas não podem dizer....

Eu queria calar e queria escrever...

... nem sempre se pode ter tudo que se quer...

Nique